Veja se você precisa de terapia de casal

Publicada na Gazeta On line, 06/03/2012 – 13h21

Psicóloga mostra 8 sinais para saber se é a hora de procurar ajuda

Laila Magesk – Da Redação Multimídia

foto: Divulgação

A terapia de casal serve de meio para que os dois resgatem a sintonia e voltem a olhar juntos para a mesma direção

Uma fala ‘a’ e o outro entende tudo menos o que foi dito.  As conversas acabam se transformando em brigas e a convivência se torna difícil entre o casal. Quando os dois não conseguem resolver os problemas e não caminham na mesma direção, é hora de procurar ajuda.

A psicóloga e terapeuta familiar Adriana Müller afirma que, para dar certo, a terapia de casal precisa contar com a participação dos dois, caso contrário se transforma em uma terapia individual, que vai focar apenas no ponto de vista de uma das partes.

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“Se tratando de vida a dois, sempre teremos ao menos duas versões dos fatos. É exatamente sobre essas divergências que o terapeuta trabalha, buscando auxiliar o casal a resgatar os aspectos agradáveis da relação a dois. Porém, para isso ser alcançado de forma completa, ambos precisam participar do processo”, diz.

Normalmente, os casais que buscam terapia estão dispostos a encontrar uma solução para os problemas que estão vivendo e essa disposição ajuda muito no resgate de aspectos positivos do relacionamento.

“Em algumas situações, o casal busca ajuda depois que as mágoas e os desentendimentos já minaram grande parte da relação. Mesmo assim ainda é possível recuperar a admiração e os sentimentos que uniram o casal”, de acordo com Adriana.

Mas, em qualquer situação, a psicóloga lembra que é necessário o empenho dos dois para que a situação que eles vivem se transforme e volte a ser saudável, agradável e feliz. A terapia de casal serve de meio para que os dois resgatem a sintonia e voltem a olhar juntos para a mesma direção.

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“Muitas vezes, os casais me procuram já brigados, pensando em separação, ou logo depois da separação, eles costumam se lamentar de não terem procurado ajuda antes, quando o casamento não estava tão fragilizado”, diz Adriana

Não deixe chegar ao fundo do poço

Quando o casal percebe que precisa de ajuda antes de chegar ao ponto de desejar a separação, pode evitar muita dor. “Os casais me procuram já brigados, pensando em separação, ou logo depois da separação, eles costumam se lamentar de não terem procurado ajuda antes, quando o casamento não estava tão fragilizado. Por causa dessas afirmações, vindas de pessoas que passaram pela dor de ver um casamento se despedaçar, é que considero a terapia de casal uma forma saudável de aprender a lidar com as dificuldades inerentes a uma vida a dois”, avalia.

Nesses casos, a psicóloga conta que o marido e a mulher buscam a terapia por causa dos filhos e, geralmente, não voltam a morar sob o mesmo teto. “Eles já estão muito magoados um com o outro e costuma ter uma terceira pessoa”.

Quem busca o tratamento

Apesar de as mulheres serem as que procuram mais a terapia, os homens também percebem a necessidade de uma ajuda externa que se mantenha neutra, o que normalmente não acontece com os amigos e os familiares.

“Os homens costumam ser mais céticos em relação a ajudas que venham no formato ‘encontros para conversar’. Preferem soluções mais diretas e rápidas. Porém, quando percebem que uma terapia é exatamente um caminho direto para os dois voltarem a se entender, eles passam a colaborar com o processo. Mas, para isso, eles precisam aceitar vir às consultas”, diz a psicóloga Adriana Müller.

Principal causa

A falha na comunicação é apontada pela psicóloga como a principal causa de problemas entre os casais. “Eu achei que ele tinha entendido. Como pode ser que ela não tenha entendido? Parecem que eles estão falando línguas diferentes e eu sou a tradutora, ensinando as pessoas a conversarem e a se entenderem”.

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O melhor de tudo é resolver as diferenças e, enfim, fazer as pazes

Tempo

Como todo processo, depende da participação do casal: aqueles que se envolvem na terapia podem ver melhoras em pouco tempo (meses). Os resistentes dificultam o processo e demoram mais para alcançar o resultado final, às vezes, nem chegam ao final da terapia.

A definição de frequência (semanal, quinzenal), formas de atendimento (somente o casal, individual e casal) e metas (objetivos da terapia) sempre são definidas com as duas partes.

Abra os olhos para os elogios e evite os problemas

Na verdade, ninguém deseja viver brigando e não ter paz na sua própria casa. Para isso, tanto o homem quanto a mulher precisam se respeitar. “Tenho que conhecer a outra pessoa e decidir respeitar os defeitos e me encantar pelas qualidade do outro. O tempo todo me lembrar das qualidades”, ensina Adriana.

No consultório, a terapeuta percebe que as pessoas só enxergam o defeito do outro. “Eu brinco: vamos trocar os óculos dos defeitos pelos das qualidades. Também é importante se fazer algumas perguntas. O que nos uniu? O que me encantou nessa pessoa? O que me fez escolher essa pessoa? Resgatar o motivo da união ajuda muito”.

É hora de procurar ajuda. Veja 8 sinais:

– Brigas e desentendimento frequentes;

– Desconfianças;

– Pequenas coisas se tornam grandes dificuldades;

– Falta de paciência com o outro;

– Falta de interesse pelas atividades que o outro desempenha;

– Mágoas e ressentimentos antigos vêm à tona;

– Sentem dificuldade em lidar com uma situação nova (nascimento de filho, mudança de cidade, transferência de emprego…)

– Enfim, quando surgem dificuldades de comunicação entre os dois: não entendemos o outro nem nos sentimos compreendidos.